quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

mundo
esse comboio que invento
quase surdo
quase mudo
quase tenro
leva tudo que há de obsceno
tudo que há de trêmulo
deixa o que há em mim
e os raimundos e pedros
e doras
continuam perdidos
nas horas... do fim...
sigo rasgando palavras
colando, fazendo amarras
dos retalhos absortos
desse peito
que chamo meu,
ninguém vê,
ninguém ve,
minto,
como o mundo que não invento
mente
e se repete ao parir essas nuvens
sem cores da minha sacada
no centro da cidade coberta
de luzes de dezembro
e sombras de natal.

Um comentário:

davi disse...

ja leu o livro "Hóspede da Utopia" do Fernando Gabeira? tem uma Luísa lá, com acento mesmo, que me lembrou mto de vc.