mais uma tragédia
na cabeça do bicho
de cabeça pra baixo
na árvore do córrego
no final do verão
de dois mil e dez,
suspenso e frágil em sua carcacinha
imóvel se não chegar e ventar-se
enquanto outro bicho outro
quase que menos morto
se guardava noutro tipo de tragédia
sem se enterrar se desgraçando
crescendo mesmo e devorando seus mesmos
pedaços
enquanto corroendo por dentro das vísceras
do tempo a se engolir por si
atravessa minha carne
em perguntas sóbrias e só
eu indo sentindo tudo ainda e torto
sem gemer ou gritar
querendo não tentar partir
tentando não querer ficar.
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